domingo, 18 de fevereiro de 2007

Tupã

Sou Gilberto César, nasci aos sete de maio de uma noite quente de 1971 do século passado numa cidadezinha do interior do Brasil. Mais precisamente em Tupã, estado de Sao Paulo. Dizem que o nome Tupã significa Deus para os índios que habitavam aos montes a região. De minha parte confesso que nunca vi um índio pelas ruas. Parece que foram exterminados. O cara que mais exterminou virou fundador e heroi da cidade. Lembro-me que uma tarde tivemos folga da escola pra ver seu enterro. Foi numa tarde quente de um dia dito útil que Luis de Souza Leao morreu. Morreu pelo que os antigos diziam idade avançada e, por ser herói, teve o privilégio de ser enterrado em seu próprio quintal. Mais tarde virou o Museu Histórico e Municipal "Índia Vanuíre". A Índia Vanuíre tem prestigio em Tupã. Meu primo estudou numa escola que leva seu nome. Seu prestígio vem por ter a Índia Vanuíre "ajudado" os homens brancos a colonizar a região. Dizem os mais antigos que ao se apaixonar por um dos "brancos" do grupo de Souza Leao, contribuiu na colonizaçao da regiao. Por amor foi coagida a delatar a posiçao da sua tribo que resistia ao processo de colonizaçao/extermínio. A tribo fora dizimada. Confesso que nao sei se essa versão da historia é verdadeira, mas foi a que sempre ouvi. Ou inventei pra dar sentido aos mitos e estátuas que via e ouvia na cidade. Só sei que foi nesta cidade contraditória que nasci. A foto que aparece aí em cima é de Marília porque há dez anos mudei-me pra cá. Gosto daqui. Talvez porque a geografia de Marília permite ver o por do sol completo. Ainda nao sei, mas gosto daqui.

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